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Jaqueline M. Souza

15 roteiristas para lembrar que todo dia é Dia da Mulher


A presença feminina na produção cinematográfica é uma questão discutida há tempos e que recentemente ganhou repercussão ainda maior, extrapolando a classe cinematográfica chegando ao grande público. A pesquisa A Cara do Cinema Nacional, realizada pela IESP (Estudos Sociais e Políticos) da Uerj mostra a baixa representatividade de mulheres em diversos departamentos do cinema - somos 14% dos cargos de direção e 26% das roteiristas entre os filmes brasileiros mais vistos de longa-metragem entre os anos de 2002 e 2012. E isso em um país com diversas diretoras mulheres de renome como Lina Chamie, Carla Camurati, Anna Muylaert, Lucia Murat, Tata Amaral, Sandra Werneck, Laís Bodanzky, Ana Carolina, Kátia Lund, entre outras. E infelizmente, o Brasil não está sozinho. Os dados se repetem em proporções menores e maiores em outros países, tanto no mercado cinematográfico, quanto televisivo. A WGA lançou no final de 2015, seu relatório anual, onde mostrou a queda da presença feminina nos writer’s room televisivos americanos. Dos 292 programas levantados na programação americana, havia 791 mulheres roteiristas de um total de 2.724 roteiristas, ou seja, apenas 29% do total dos profissionais contratados.

Em nossa área, adicione a falta de reconhecimento do próprio ofício ao esquecimento que muitas das profissionais mulheres sofrem. É o que basta para acabarmos nos esquecendo de grandes roteiristas que trilharam o caminho com sucesso antes de nós e outras que continuam cotidianamente a quebrar barreiras criando roteiros magníficos.

Então, nossa homenagem hoje é uma pequena seleção de grandes roteiristas (privilegiamos as que são exclusivamente roteiristas, já que as que também atuam como diretoras irão figurar em diversas outras listas pela internet). Elas são pioneiras, desbravadoras bem-sucedidas e referências para qualquer profissional da área. E são tantas inspirações, tantos nomes que tivemos que deixar muitas de fora, então que as presentes nominalmente nesta lista representem todas as mulheres que fizeram e fazem histórias!!

mulher roteirista frances marion

Frances Marion

Em pleno era áurea do sistema de estúdio, Hollywood teve uma mulher como roteirista mais respeitada e bem paga do mercado, Frances Marion. Ela escreveu uma centena de filmes, transitando entre o cinema mudo e o sonoro, e em 1932, se tornou a primeira roteirista (seja homem ou mulher) a ganhar dois Oscar de roteiro.

mulher roteirista- linda woolverton

Linda Woolverton

Primeira roteirista mulher a assinar um filme da Disney, A Bela e a Fera, primeiro filme de animação a concorrer também na categoria de melhor filme no Oscar. Linda também é a roteirista de O Rei Leão, Malévola e Alice no País das Maravilhas, o que lhe rendeu um recorde histórico, ela é a primeira roteirista mulher a ter o único crédito de roteiro em um filme que chegou a casa dos bilhões de dólares em bilheteria.

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Melanie Dimantas

Melanie Dimantas tem um currículo diversificado como poucos profissionais brasileiros. Passou pela dramédia histórica Carlota Joaquina, pela comédia romântica de Avassaladoras, pela drama com ares de thriller de O Outro Lado da Rua, pelo drama social em Olhos Azuis, pelo infanto-juvenil Os Porralokinhas e até o primeiro longa-metragem de stop motion brasileiro, Minhocas. Em 2016, sua adaptação para o clássico da coleção Vagalume, O Escaravelho do Diabo deve chegar as telas.

Joan Harrison

Sabe a Peggy de Mad Men? Pois então, substitua Peggy por Joan Harrison e Don Drapper por Alfred Hitchcock. Joan Harrison começou como secretária do Hitchcock e sua curiosidade e talento a transformaram em uma das roteiristas do mestre do suspense. Foi a roteirista de Sabotador, Suspeita e Rebeca, a Mulher Inesquecível.

Melissa Rosenberg

Melissa escreveu para a televisão, passando por séries diversas como O Quinteto, O.C e Dexter, mas ela provavelmente é mais lembrada como a roteirista da franquia Crepúsculo. Em 2015, ela lançou sua primeira série como criadora, Jessica Jones, baseado nas histórias em quadrinhos da Marvel. Já foi anunciada como a roteirista do remake de Highlander.

Tina Fey

A gente conhece a Tina Fey atriz, nascida no berço da comédia televisa americana, o Saturday Night Live, mas de vez em quando a gente esquece que ela foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Roteirista Chefe do programa entre 1999 até 2006, o que também lhe assegura a posição de profissional que ocupou a função por mais tempo. Tina só tem um trabalho como roteirista de cinema, mas é o excelente Meninas Malvadas. E não podemos esquecer que sua série cômica Unbreakle Kimmy Schmidt, fala como nenhuma outra sobre o empoderamento feminino e a posição das minorias nos EUA contemporâneo.

Jane Goldman

Para aqueles que ainda acreditam que mulheres não escrevem bem alguns gêneros cinematográficos, Jane Goldman é um soco no estômago. Além de produtora experiente, ela é a roteirista de diversos filmes de ação e aventura como Stardust, Kick –Ass, X-Men: Primeira Classe e Kingsman.

Caroline Thompson

Muito do que chamamos de “estilo Tim Burton” tem a mão de Caroline Thompson. Thompson tem como roteirista um estilo marcante entre o macabro e o onírico, o que lhe levou a roteirizar Edward-Mãos de Tesoura, Família Adams, O Estranho Mundo de Jack, A Noiva Cadáver e Cidade das Sombras.

Diablo Cody

No cinema americano contemporâneo, nenhuma outra roteirista conseguiu transformar seu nome em uma marca tão forte quanto Diablo Cody. Blogueira famosa com tom ácido, conquistou o Oscar com seu primeiro roteiro, Juno.

De lá para cá está em seu quinto longa-metragem, além de trabalhos para tv, como a série United States of Tara.

Elena Soarez

Elena Soarez é um dos nomes mais importantes quando se fala de roteiros de cinema no Brasil. Seu primeiro roteiro, Eu, Tu, Eles foi selecionado pelo Laboratório de Roteiros do Sundance Institute. De sua frutífera parceira com Andrucha Waddington, criou ainda Gêmeas, Redentor e Casa de Areia. Depois, roteirizou Cidade dos Homens, Nome Próprio e Xingu , além de ser criadora da série Filhos do Carnaval.

Jenji Kohan

Jenji Kohan passou pelo time de roteirista de diversas séries como Um maluco no Pedaço, Mad about You e Gilmore Girls. Porém, foi com sua primeira série como criadora, Weeds, que ela mostrou a que veio. Hoje é a criadora e showrunner de Orange is The New Black e acumula nove indicações ao Emmy.

Patrícia Andrade

Patrícia Andrade já começou com o elogiado 2 Filhos de Francisco. Depois escreveu trabalhos variados como a cinebiografia Gonzaga: De Pai pra Filho, Salve Geral, Besouro e mais recentemente Reza a Lenda. Também é uma das criadoras da série adaptada do livro homônimo de Nelson Mota, O Canto da Sereia.

Shonda Rhimes

Shonda começou como roteirista escrevendo um telefilme sobre Dorothy Dandridge, a primeira atriz negra indicada ao Oscar de melhor atriz. Estreou no cinema dois anos depois com Crossroads, sim aquele filme protagonizado pela Britney Spears! Shonda iria encontrar o reconhecimento na televisão, com a sua série Grey's Anatomy, que renderia até um spin off, Private Practice. Com o lançamento de Scandal em 2012, ela consegue um feito raro, ter três séries de sua criação simultaneamente no ar. Além disso, em Scandal, Shonda coloca uma protagonista negra em uma série dramática na tv americana pela primeira vez em 38 anos. Mais um sucesso. Hoje, Shonda tem sua própria produtora: a Shondaland, parceira da ABC e atua como Produtora Executiva de outro hit televisivo, How to get Away with Murder.

Thelma Guedes e Duca Rachid

Fazia 27 anos, que a Globo não apostava na estreia de uma autora mulher na faixa de novela das 21 horas (antiga novela das oito). A última mulher que estreou no horário nobre foi Ana Maria Moretzsohn em 1989 em Tieta, assinando em conjunto com Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares. De lá para cá, apenas ela e Glória Perez foram as mulheres que tiveram seus nomes entre os autores de novelas do horário nobre. Por isso, depois de quatro sucessos de público e crítica com novelas na faixa das 18h, a notícia de que Thelma Guedes e Duca Rachid tiveram um projeto aprovado para a faixa das 21h alegrou os noveleiros e os profissionais da área.

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