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  • Cipriano Wiski

5 TIPOS DE FUROS DE ROTEIRO


O trabalho de roteirista sempre foi bastante ingrato, raramente notado pelo público que não vê as horas que passamos construindo nossa história, as paginas que preenchemos com ações e imagens, cada backstory de personagem que criamos e que sequer aparecerá na tela do cinema. Porém quando um roteirista comete um erro ele salta para fora da tela, claro como a luz do projetor, e então somos lembrados como os responsáveis pelo “furo do roteiro”.

Entretanto o que exatamente é um furo de roteiro? São momentos ou ações que trazem o descredito a nossa história, distanciando e frustrando o público. Segue então cinco tipos de furos de roteiro, que sem a devida atenção, estamos todos predispostos a cometer.

PERSONAGEM QUEBRA AS REGRAS DO MUNDO DA HISTÓRIA

O Mundo real e o mundo da ficção podem ser muito parecidos, porém não seguem as mesmas regras, a física é diferente, personagens podem ser sobrehumanamente fortes, podemos ouvir pensamentos, viajar pelo mundo em poucas horas, mergulhar no surreal e voltar para a vida normal sempre que quisermos. Somos reis na criação de mundos próprios, porém só existe uma regra, respeitar as próprias regras. Essas regras devem ser claras e apresentadas ao espectador o quanto antes. Se criarmos um mundo onde carros voam, porém pessoas não, quando um personagem cair ele deve ser salvo ou morrer na queda, se ele voar por conta própria acabamos por quebrar nossas regras e criar um furo de roteiro.

PERSONAGEM REAGE DESPROPORCIONALMENTE A UMA AÇÃO

Toda ação cria uma reação, isso é uma máxima na criação de uma história, que chamamos de ação dramática, toda a narrativa é criada e se desenvolve a partir dessa regra. Porém nesse momento podemos cometer um erro, muitas vezes no intuito de criar uma cena com maior força dramática, impacto visual ou ação física acabamos por fazer com que o personagem reaja desproporcionalmente a uma ação, criando descredito. McKee trata isso quando fala do Principio do Antagonismo, “A natureza humana é fundamentalmente conservativa. Nós nunca fazemos mais do que temos que fazer”. Assim se para pular um muro ao invés de pegar uma escada escalamos o prédio ao lado e pulamos de bungee junp, criamos o furo e a duvida no espectador de “por que ele não usou a escada?”.

FALTA DO CONTROLE DE TEMPO NARRATIVO

Controlar o tempo narrativo é de suma importância, deixar claro para o espectador que se passaram horas, dias, ou anos. É fácil para o próprio roteirista se perder em meio ao tempo quando escrever sua história. Se anos se passam todos os personagens devem envelhecer, devemos agregar características típicas do amadurecimento. Se após vinte anos seu personagem não evoluiu e se modificou tanto física quanto psicologicamente você quebra a logica natural do tempo e cria um furo em seu roteiro.

SUBTRAMA EM ABERTO

Erros são comuns, quando trabalhamos em histórias com vários personagens e subtramas, por falta de atenção é possível que algo tenha sido esquecido no decorrer do processo. Aquela pista que ficou sem recompensa, a informação plantada que ficou sem resposta, o personagem que desaparece no meio da trama. Manter a atenção em todo o trabalho pode ser difícil, mas é crucial.

AÇÃO DO PERSONAGEM NÃO CONDIZ COM SUA CARACTERIZAÇÃO

Ao criarmos um personagem atribuímos a ele uma série de características físicas e psicológicas que o localizam dentro da narrativa, esses traços do personagem deve condizer com sua cultura, localização, caráter, idade, período que vive entre outros. A caracterização deve ser respeitada, pois isso cria verossimilhança e identificação com o espectador, subverter isso pode criar um grande furo em seu roteiro.

Esses são cinco tipos de Foros que comumente encontramos em histórias. Por mais que sejam visíveis nem sempre o roteirista é capaz de identifica-los com tanta facilidade.

Nos próximos posts iremos ver como encontrar o furo de roteiro e como consertar. Aguardem


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